Sem anistia para quem usa o terrorismo do medo
6 de junho de 2024Não sou muito de elogiar a Globo, mas fiquei satisfeito ao tomar conhecimento da mudança das regras na divulgação de fatos de violência evitando incentivar o protagonismo dos autores e o perigo do contágio. Pena que outros canais de comunicação se obstinam em dar excessiva exposição à violência contribuindo à sua divulgação, ao contrário daquilo que seus apresentadores alegam. Esta na hora de acabar com esse tipo de programação.
Não se trata de censura, mas de responsabilidade cívica. Vivemos numa situação de emergência. Está em risco a vida. É certo dar a notícia, o ruim é o gosto sádico de dar todos os detalhes, expor demasiadamente os autores satisfazendo sua vontade de aparecer a qualquer custo e tecer comentários que são convocações a reações violentas.
No lugar de bombardear a opinião com notícias ruins, injetemos doses de esperança falando de experiências positivas. É indiscutível a importância dos órgãos de segurança para a manutenção da paz, mas, no lugar de dar excessiva publicidade ao trabalho dos policiais, falemos também dos/as operadores/as da saúde, dos/as professores/as, das pessoas engajadas nos movimentos populares e nas organizações não governamentais, dos/as trabalhadores/as que vivem honestamente, em suma de todas as outras categorias que contribuem com a paz e o bem comum sem necessidade de recorrer à violência.
Um dos primeiros efeitos seria no Parlamento com o aumento das bancadas da educação, da saúde, da moradia e de todas as outras políticas públicas que poderiam ajudar a diminuir o poder da bala. (Pe. Xavier Paolillo)